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Sexo, poder e escândalos


Sexo e poder são conhecidos íntimos um do outro, e a história está repleta de casos de poderosos e privilegiados que caíram em desgraça por escândalos sexuais. Mas que ninguém se engane: se o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, 62, for considerado culpado da acusação de tentar estuprar uma camareira de hotel em Nova York , ele estará em uma categoria à parte. Poucos foram acusados de um crime violento como Strauss-Kahn. O chefe do FMI e postulante a candidato presidencial na França foi indiciado no domingo por ato sexual criminoso, detenção ilegal e tentativa de estupro na cidade de Nova York, depois que uma camareira de hotel denunciou o ataque. - Políticos, poder e assédio sexual com certeza têm uma longa história - disse Michele Swers, professora de ciências políticas na Universidade Georgetown. - Tratando-se de uma tentativa criminosa de estupro, creio que pertence a uma categoria de dimensão diferente - completou. Não faltam exemplos de líderes poderosos que caíram do pedestal por causa de romances, prostitutas e atos indevidos. Indiscrições sexuais enfraqueceram governos e enterraram carreiras políticas do dois lados do Atlântico, hoje e em outras épocas.

Entre os mais famosos está o escândalo de Profumo em 1963, quando um secretário de guerra britânico foi forçado a renunciar por ter um caso com uma prostituta ligada a um espião russo. O caso Strauss-Kahn suscita algumas das mesmas perguntas que surgem em qualquer escândalo em que política e sexo se encontram. Será que o acusado abusou do poder adotando um comportamento de alto risco, e será que o poder o fez se sentir invencível e acima da lei? O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, o ex-presidente americano Bill Clinton, o ex-governador de Nova York Eliot Spitzer e o postulante a candidato presidencial dos EUA Newt Gingrich são somente alguns dos poderosos que enfrentaram esse tipo de caso, embora nenhum tenha respondido a acusações de crime violento. - O poder é afrodisíaco, como bem se sabe, e também sabemos que o poder de uma certa forma com frequência é tomado como poder de outras formas - disse James Walston, professor de política italiana da Universidade Americana de Roma. - Por isso alguém que é o chefe do FMI pode pensar que consegue se safar de qualquer coisa. Certamente Berlusconi parece pensar assim também - acrescentou.

Berlusconi, de 74 anos, figura proeminente na centro-direita italiana, enfrenta quatro julgamentos simultâneos por corrupção, fraude fiscal e por fazer sexo com uma prostituta menor de idade, além de usar o cargo para acobertar o fato. A acusação sexual se seguiu a anos de boatos sobre sua leviandade sexual. Bill Clinton chegou a passar por um processo de impeachment, no qual conseguiu manter seu mandato, depois de mentir sobre suas relações com a ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky. O caso foi revelado em 1998, e Clinton acabou confessando e enfrentando o julgamento, o que marcou o restante do seu mandato. A então primeira-dama Hillary Clinton perdoou o presidente. A carreira política de Eliot Spitzer terminou por causa do seu envolvimento com uma rede de prostituição. O democrata, que renunciou ao cargo de governador de Nova York, teria gasto mais de US$ 80 mil em quatro meses em encontros com garotas de programa. Newt Gingrich, que liderou nos anos 90 ação para tirar Clinton do poder após o caso Lewinsky, tem um longo passado de indelidades e divórcios conturbados.

Strauss-Kahn não é novato neste cenário. Em 2008, ele foi investigado pelo FMI pelo possível abuso de poder por um breve romance com uma economista do Fundo que era sua subordinada. O caso era consensual e ele foi inocentado, mas se desculpou publicamente por "um sério erro de julgamento". A França, como a Itália, é por tradição bastante tolerante com casos extra-conjugais, ao contrário dos Estados Unidos. A filha bastarda do ex-presidente francês François Mitterand compareceu a seu enterro, por exemplo. Mas, desta vez, políticos franceses e o público ficaram chocados. As acusações "caíram como um raio", nas palavras da líder do Partido Socialista, ao qual Strauss-Kahn pertencia. A reportagem é do site O Globo.

 
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