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Manuel Zelaya volta a Honduras dois anos após golpe

28 maio 2011

Cerca de dois anos após ser deposto, o ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, retornou ao país em um avião da Venezuela que partiu da Nicarágua. Ele estava acompanhado da esposa Xiomara Castro e dos filhos. Ao desembarcar no aeroporto de Tegucigalpa, o antigo mandatário foi aplaudidopor milhares de simpatizantes que acamparam no local para vê-lo. Zelaya discursou em uma praça perto do aeroporto e disse que continua de pé a luta para convocar uma Assembleia Constituinte. - Vim buscar espaços e saída para os problemas. A Constituinte é uma saída democrática que temos. O ex-presidente foi deposto em junho de 2009 acusado de forçar um plebiscito com a intenção de se candidatar à reeleição, que é proibida no país. Mas, em sua ausência, o Poder Legislativo mudou as leis e abriu a possibilidade de consultas populares para uma Constituinte - o que pode impulsionar desejos por uma lei que permita um segundo mandato presidencial. O retorno de Zelaya põe um ponto final na crise iniciada há 16 meses, quando o presidente deposto partiu para o exílio na República Dominicana. Pavimenta ainda o caminho para o retorno de Honduras à comunidade internacional, que rejeitou o golpe militar no país.

Quando foi tirado do poder, Zelaya foi levado à força para a Costa Rica, mas retornou a Tegucigalpa em setembro, se refugiando na embaixada brasileira por quatro meses. Em 27 de janeiro do ano passado, ganhou permissão do presidente Porfírio Lobo para se exilar na República Dominicana. O Acordo de Cartagena das Índias, que garante a volta do ex-presidente, foi na semana passada com a ajuda da Venezuela e da Colômbia. O tratado permite a volta de Honduras à OEA, organização da qual o país foi expulso, e também determina a suspensão, por parte da Suprema Corte, dos julgamentos de corrupção. Neste sábado. Zelaya agradeceu a Hugo Chávez e Juan Manuel Santos, presidentes de Venezuela e Colômbia, respectivamente, por incentivarem o acordo que possibilitou sua volta. O Acordo de Cartagena é democrático e permitirá a participação aberta do povo. Nada melhor que a democracia para resolver.

 
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