A crise tomou conta do Equador nesta quinta-feira (30), quando soldados assumiram o controle do principal aeroporto do país e policiais protestavam nas ruas. Outro grupo de policiais invadiu a sede do Congresso, revoltado contra uma lei que cortou benefícios econômicos aos membros dessa instituição e das Forças Armadas. O motim acontece no momento em que o presidente Rafael Correa analisa a possibilidade de dissolver o Congresso, em meio ao impasse político. O presidente denunciou que seu governo é vítima de uma "tentativa de golpe de Estado" por parte de setores opositores e das Forças Armadas próximos ao ex-presidente Lucio Gutiérrez. Correa tentou dialogar com um grupo de manifestantes em Quito, mas acabou sofrendo uma ataque com gás lacrimogêneo. Ele foi fotografado deixando o local de muletas e, em outra fotografia, carregado por auxiliares.
Mas o chefe do comando das Forças Armadas, Ernesto González, garantiu em um pronunciamento na TV que os militares estão subordinados à autoridade do presidente. - Estamos em um Estado de Direito. Estamos subordinados à máxima autoridade que é o senhor presidente da República. Em entrevista por telefone à rede regional Telesur, o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, declarou que os protestos "intoleráveis" protagonizados por grupos de policiais no país não têm o respaldo da população. - Uma decisão totalmente inaceitável de parte de alguns setores policiais, não de todos [...]. O povo não está apoiando isso, o povo está se mobilizando em favor de seu governo, legitimamente em vigor. Policiais protestam por causa da eliminação de benefícios econômicos para a tropa incluídos em uma reforma legal. A manifestação se estende aos poucos por todo o país e ameaça submeter a nação ao caos. No campo político, membros do próprio partido de Correa, de esquerda, estão bloqueando no Legislativo projetos que buscam cortar custos do Estado. Isso levou o presidente a considerar a dissolução do Congresso, medida que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, disse um dos ministros. Em cenas confusas e caóticas em Quito, centenas de soldados tomaram a pista do aeroporto internacional da cidade, que foi fechado para os voos. Um telefonista informou que o aeroporto está fechado. Muitos trabalhadores estão sendo enviados para casa, e escolas foram fechadas devido ao tumulto. Em outras partes da capital, policiais uniformizados queimavam pneus em protesto contra uma proposta de corte de benefícios da categoria. As informações são do portal R7.
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