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Levaram os últimos sete anos a desejar a saída do ocupante, mas agora, quando as últimas tropas de combate abandonam o país, muitos iraquianos estão apreensivos em relação ao futuro. "Os americanos deveriam ter esperado que a polícia e o Exército iraquianos terminassem a sua formação e fossem uma força verdadeiramente leal ao país", disse Ali Khalaf, um engenheiro, de 30 anos, que falou à AFP em Salhiya, um bairro do centro de Bagdad. "As nossas forças não estão preparadas para defender a população. A prova disso são os inúmeros atentados que tiveram lugar mesmo onde há muitas tropas iraquianas", afirmou Muna Jassim Ali, professora, de 31 anos, ouvida em Baçorá pelo jornalista Jacques Clement. Na terça-feira ocorreu mesmo no coração da capital iraquiana um dos mais mortíferos atentados terroristas dos últimos tempos: 59 pessoas que estavam num centro de recrutamento do Exército foram mortas por um bombista suicida que ali foi fazer-se explodir. O batalhão de combate da 4.ª Brigada Stryker do Exército dos EUA começou a deixar território iraquiano na madrugada de quinta-feira, sete anos depois da guerra que levou ao derrube de Saddam Hussein - que acabou enforcado em 2006. E conforme tinha sido prometido pelo novo Chefe do Estado americano, Barack Obama. A retirada de seis mil militares de combate estará completa até dia 31. Cinquenta mil militares americanos apenas ficarão ainda no Iraque, como parte de uma força de transição. Esta lançará a partir de 1 de Setembro a operação "Novo Amanhecer", dedicada ao apoio e instrução das forças de segurança iraquianas. Até ao final do próximo ano, todos os soldados americanos estarão fora do Iraque, país do golfo Pérsico que George W. Bush mandou invadir em 2003, primeiro com o pretexto das armas de destruição maciça que Saddam teria. E depois com a justificação de que os americanos estavam a dar aos iraquianos a oportunidade de passarem de uma ditadura para uma democracia.
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