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Síria entrega detalhes de arsenal químico a OPAC

20 setembro 2013

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAC) anunciou nesta sexta-feira (20) ter recebido da Síria materiais que detalham seu programa de armas químicas. Segundo fontes de Haia, o regime de Bashar al-Assad entregou uma lista relacionada ao programa de armas químicas. Também hoje, a OPAC infirmou que decidiu adiar indefinidamente a reunião de domingo sobre a destruição do arsenal sírio. O encontro já fora adiado em outras ocasiões, permitirá que os 41 países membros do Conselho Executivo avaliem a adesão da Síria à Convenção sobre Armas Químicas. Numa entrevista concedida ao canal norte-americano Fox News, o presidente sírio, Bashar al-Assad, confirmou que o seu país tem um enorme arsenal de armas químicas e prometeu que irá destruí-las. Contudo, o líder sírio frisou que o processo irá prolongar-se, pelo menos, por um ano, com um custo de cerca de mil milhões de dólares. 

 Assad quis ainda deixar claro que o seu país não se vergou às ameaças de um ataque punitivo por parte da administração Obama, mas que o acordo alcançado em Genebra - no qual Damasco se comprometeu a entregar as suas armas químicas - foi uma resposta às propostas do seu velho aliado, a Rússia. Na entrevista conduzida pelo ex-congressista norte-americano, Dennis Kucinich, na capital síria, Assad insistiu uma vez mais que os responsáveis pelo ataque químico de 21 de Agosto foram os "terroristas" (nome pelo qual se refere às forças rebeldes). O presidente sírio garantiu que entregou à Rússia provas de que os grupos terroristas recorreram ao gás sarin, Rússia que, através de um dos seus satélites, também diz ter conseguido provas de que os rockets disparados naquele ataque - que, segundo os EUA, causou a morte de mais de 1400 civis - não tiveram origem numa das zonas controladas pelo regime. 

 Entretanto, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos informou que, nos últimos dias, a força aérea do regime tem bombardeado incessantemente áreas controladas pelos rebeldes junto à capital. Enquanto isso, os confrontos entre rebeldes e as forças leais a Assad agravaram-se por todo o país numa altura em que, segundo residentes e activistas da oposição, a atenção internacional se desviou para o acordo que permitirá eliminar as armas químicas na Síria. Diplomatas dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, França, Rússia, China e Reino Unido) mantêm-se em negociações, em Nova Iorque, sobre um projecto de resolução que garanta o desmantelamento efectivo do arsenal químico sírio. Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, disse estar "confiante" mas não a "100%" de que o plano acordado entre o seu país e os EUA venha a ter sucesso. 

As potências ocidentais insistem que este acordo seja reforçado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que faça pender sobre Damasco a ameaça de uma intervenção militar caso o desmantelamento não vá em frente. Mas a Rússia opõe-se a esta hipótese. Também ontem, a chanceler alemã, Angela Merkel, veio negar as acusações contra o seu país de que 137 toneladas de materiais químicos fornecidos à Síria possam ter sido usados no fabrico de armas.

 
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