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Pesquisa revela que 99,6% das brasileiras já foram vítimas de assédio por intimidação sexual

10 setembro 2013

"Ninguém deveria ter medo de caminhar pelas ruas simplesmente porque nasceu mulher", essa é a premissa da campanha Chega de Fiu Fiu criada pelo site Olga, que liberou nesta terça-feira (9) o resultado de uma pesquisa contra o assédio por intimidação sexual. O levantamento, elaborado pela jornalista Karin Hueck para o site, foi realizado durante o mês de agosto e contou com a participação de 7.762 mulheres brasileiras, onde 99,6% delas afirmaram que já foram assediadas - um número tão alto que já dá a ideia da gravidade do problema. Os dados são alarmantes principalmente se levarmos em conta que é um tipo de ameaça (não entenda aqui esse tipo de cantada como uma espécie de xaveco, é grosseria das piores, violência) que a mulher sofre quase que diariamente e permanece em silêncio. "Nem sempre é física. Mas existem agressões verbais. Isso é fato. 

E existe um impacto igualmente forte aí. Não é porque é verbal que não machuca, não traumatiza", explica Juliana de Faria, jornalista e idealizadora do Olga que sofreu seu primeiro assédio aos 11 anos durante o trajeto que fazia para ir à padaria. Entre as entrevistadas, 83% declararam que não gostam desse tipo de intimidação, que é realizada em especial na rua, baladas e em transportes públicos. A maioria afirmou que não responde às ofensas por medo da reação dos homens. Esse medo cresce quando a ameaça é feita em ambientes como casas noturnas, onde a intimidação vai além do verbal. Nesses lugares, elas são agarras pelo braço, cintura e, quando não correspondem às investidas masculinas, são xingadas e humilhadas.

 Com medo do assédio, 81% das participantes confessaram que já deixaram de fazer alguma atividade, sendo que 90% das mulheres respondeu que já trocou de roupa antes de sair já pensando nos comentários e abordagens violentas que poderiam receber. "Quando transformamos em coisa rotineira o fato da mulher não ter espaços privados – nem mesmo serem donas do seu próprio corpo -, incentivamos a violência. É um monstro invisível justamente por falta de pesquisas, matérias, debates e artigos sobre o assunto", defente Juliana.

 
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