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Crise no Egito. Protestos e violência tomam conta do país

28 janeiro 2011

Milhares de pessoas saíram às ruas do Egito nesta semana, para pedir o fim do regime do presidente Hosni Mubarak. A onda de protestos foi inspirada na chamada Revolução de Jasmim, um movimento popular que na última semana derrubou o presidente da vizinha Tunísia. Assim como na Tunísia, o Egito tem um governo autoritário, com liberdades limitadas e graves problemas sociais. O país de 80 milhões de habitantes, o mais populoso do mundo árabe, é governado há 30 anos por Mubarak, de 82 anos. Os protestos contra o governo são inéditos no país e têm sido convocados pela internet, por meio do Facebook e do Twitter. A rede chegou a ser bloqueada nesta sexta-feira (28). Mubarak, que tradicionalmente tem apoio das Forças Armadas, já vem sendo pressionado por reformas políticas há alguns anos. Ele chegou a convocar eleições, em 2011, para a Presidência. Para analistas, ele pretende passar o governo ao filho, Gamal Mubarak, de 47 anos. Além do Egito, Jordânia, Argélia, Mauritânia, Omã e o Iêmen registram protestos inspirados na Revolução de Jasmim da Tunísia.


Manifestantes botaram fogo na sede do partido governista egípcio nesta sexta-feira (28), no Cairo. É o quarto dia de mobilização contra o regime de Hosni Mubarak. As informações são da TV estatal. Os manifestantes desafiaram o toque de recolher imposto pelo regime e continuam nas ruas. Desde o início dos protestos, pelo menos nove pessoas morreram, vítimas da repressão policial. Manifestantes egípcios também incendiaram a sede do governo em Alexandria. O protestos violentos seguem por toda parte do país.

A televisão estatal egípcia afirmou neste sábado (29) que o gabinete de ministros do Egito anunciou oficialmente a renúncia após dias de protestos da população contra o governo de Hosni Mubarak. Porém, o anúncio não será suficiente para conter a onda de protestos no país. Mais cedo, antes da declaração oficial, o líder opositor Mohamed ElBaradei, afirmou que Hosni Mubarak terá de sair. Segundo ele, o discurso do presidente foi "praticamente um insulto à inteligência das pessoas." El Baradei, chefe da Assembleia Nacional para a Mudança, chegou na última quinta-feira (27) ao Cairo. Em um pronunciamento televisionado nesta sexta-feira, Mubarak havia afirmado que um novo governo seria formado neste sábado, além de prometer reformas, após quatro dias de vigorosos protestos em todo o país exigindo sua saída. A agência de notícias Reuters apurou com fontes médicas, hospitais e testemunhas que pelo menos 74 pessoas foram mortas em protestos em todo o Egito. Ainda não há dados oficiais. Segundo o levantamento, 68 mortes foram registradas nas cidades do Cairo, Alexandria e Suez durante os protestos de sexta-feira.

 
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