A empresa de telefonia Portugal Telecom anunciou hoje (2) que irá se fundir com a brasileira Oi.
A nova sociedade, que se chamará CorpCo, será presidida pelo executivo Zeinal Bava, atual diretor executivo, revela documento.
Bava disse que com a fusão das duas empresas pretende ser uma das principais sociedades do setor no mundo.
"A ambição é estrar entre os maiores players globais, assumindo uma vocação multinacional", informou ele.
A fusão deve envolver valores por volta de R$ 5,5 bilhões, que tendem a aumentar, quando a fusão ampliar a liderança principalmente em Portugal, na África e no Brasil. O governo não só deu apoio à fusão da Oi com a Portugal Telecom como ficou aliviado com a celebração da união entre as duas empresas.
Segundo a Folha de SP apurou, havia grande preocupação com o futuro da companhia brasileira e dúvidas sobre a capacidade de caixa da Oi no médio prazo.
Antes do aval federal, foram acertados dois compromissos com o Executivo.
O primeiro é uma capitalização na empresa por meio de oferta pública de ações (o patamar mínimo é de R$ 7 bilhões, mas o alvo é de R$ 8 bilhões) para ampliar investimento em infraestrutura.
O segundo é a redução de seus dividendos anuais a acionistas para R$ 500 milhões -como, de fato, ocorreu em agosto após a Oi perder R$ 124 milhões no segundo trimestre deste ano.
Há cerca de dois meses, a cúpula do governo Dilma foi procurada para tratar da fusão. Na ocasião, executivos da Oi pediram que o BNDES entrasse no negócio, mas a proposta foi prontamente recusada pela presidente.
Internamente, havia o temor de repetir erros cometidos em 2008, na união da Oi e Brasil Telecom para criar uma "supertele" brasileira. O problema é que a operação, apesar de privada, foi viabilizada majoritariamente com recursos públicos, incluindo financiamento do BNDES e de fundos de pensão estatais.
O negócio contou ainda com empurrão do então presidente Lula, que autorizou mudança na legislação para viabilizar a criação da gigante nacional. Mas o negócio acabou trazendo prejuízos.
Da futura multinacional, o governo federal espera um enxugamento na estrutura da Oi, considerada muito "inchada", além da implantação de uma política mais austera de gestão da empresa, sinalizada pela redução dos dividendos e por mais transparência em suas decisões.
Para o Ministério das Comunicações, a Portugal Telecom é uma empresa pequena, mas detém tecnologia para impulsionar a brasileira.
A Oi ocupa o quarto lugar no mercado de telefonia móvel no país e tem a tarefa de cobrir o Brasil todo nas operações de telefonia fixa.