Quem gosta de aproveitar viagens ao exterior para comprar CDs e DVDs pode ter uma surpresa desagradável na próxima ida à Europa.
Nestas primeiras semanas de 2013, a britânica HMV e a francesa Virgin Megastore, donas das lojas mais conhecidas do setor em Londres e Paris, pediram concordata.
As duas são as mais novas vítimas da concorrência da internet, que tem provocado baixas em série no comércio físico de músicas e filmes. Somadas, as cadeias têm mais de 5.000 funcionários.
Analistas de mercado dizem que as empresas têm poucas chances de sobreviver e devem seguir a trilha da americana Tower Records, que fechou as portas em 2006.
Depois de 92 anos em operação, a HMV sofreu intervenção judicial no último dia 15. Uma empresa especializada em falências assumiu o controle da rede de 239 lojas na Irlanda e no Reino Unido, incluindo a famosa matriz em Oxford Street, no centro da capital britânica.
Com dificuldade para pagar a fornecedores, o grupo já havia vendido em 2011 a maior cadeia britânica de livrarias, a Waterstones, e ainda acumulava uma dívida estimada em 176 milhões de libras (R$ 580 milhões).
A tristeza dos clientes mais fiéis foi acompanhada por protestos contra o anúncio de que os vales-presentes perderiam a validade. A decisão foi revogada nos últimos dias, mas o futuro da empresa ainda é incerto. As lojas de discos não conseguiram se renovar para enfrentar a concorrência on-line, que permite ao consumidor baixar músicas de graça ou a preços irrisórios no computador e no celular.
"É um modelo de negócios condenado a morrer. As lojas que sobreviverem devem ficar restritas a pequenos nichos de mercado", afirmou Neil Saunders, analista da consultoria Conlumino.
Em Londres, esse espaço tem sido ocupado por marcas como a Rough Trade, que forma filas de "hipsters" para comprar vinis e CDs de rock fora de catálogo na matriz de Brick Lane e em Notting Hill. E com cada vez mais as novas tecnologias permitindo acesso a todo tipo de conteúdo online para os fãs, parece não ter jeito mesmo para as lojas de CDS e DVDs, a não ser fecharem as portas. Mas na minha opinião, dependendo de quem for, eu ainda prefiro ter o produto em minhas mãos, do que pagar ou não para baixar músicas na web. ( Com informações da Folha SP )