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O fim do império das locadoras de filmes

17 novembro 2013

Há algum tempo, numa galáxia nada distante, gerações de cinéfilos e cineastas — Quentin Tarantino entre eles — foram formadas dentro de videolocadoras. Cada pessoa tinha a sua preferida, algumas lojas com um perfil mais comercial, outras com uma seleção de filmes de arte, todas com a certeza de que se podiam passar horas entre prateleiras coloridas, viajando por histórias a serem descobertas ou revisitadas. Porém, como costuma ocorrer com os impérios, o reinado das locadoras teve seu fim decretado no início do mês. A Blockbuster, principal empresa do ramo, que chegou a ter nove mil lojas espalhadas pelo mundo, anunciou o fechamento de suas últimas 300 unidades nos Estados Unidos, um marco para a falência de um negócio que vem sofrendo nos últimos anos com a pirataria, a popularidade dos serviços de vídeo sob demanda e, também, com a falta de interesse da própria indústria do cinema. Tanto nos EUA quanto no Brasil. — Nos últimos três anos, a queda foi de 50% no faturamento. Hoje, semanalmente são alugados cerca de 600 filmes. 

Há dez anos, eram mais de 1.500 — conta André Mendes, responsável pela Vídeo Estação, locadora que vai fechar as portas de sua última loja, em Botafogo, no início do ano que vem. — Vamos vender todo o acervo para os próprios clientes a partir de dezembro. Depois, devemos operar somente até o primeiro ou o segundo mês de 2014. Além da Vídeo Estação, uma locadora fundada em 1986 e que já teve lojas em Flamengo, Copacabana e Ipanema, muitas outras empresas vêm concluindo suas atividades no Rio. Na semana passada, foi a vez de a Vídeo Nacional fechar sua filial na Barra, apenas três meses depois de também encerrar a loja do Recreio. Hoje, a empresa, fundada em 1983, mantém cinco locadoras na Zona Sul, sendo que numa delas, a do Leblon, os filmes dividem espaço com produtos hospitalares à venda. — A gente sabia que o meio digital chegaria em algum momento e que não daria para remar contra a maré. 


Mas o fim está sendo precipitado pelos executivos dos grandes estúdios e distribuidoras — afirma Hélio do Amaral, proprietário da Vídeo Nacional e ex-presidente da Vídeo Rio, antiga associação de locadoras cariocas, hoje extinta. — Antigamente, respeitavam-se as janelas de tempo para os lançamentos dos filmes. Primeiro era no cinema, seis meses depois nas locadoras, mais alguns meses na TV a cabo e, enfim, na TV aberta. Só que, com a queda do faturamento no cinema, as empresas passaram a eliminar a janela. Hoje, há vezes em que a gente recebe o filme quando ele já está sendo exibido na TV. Os problemas que vêm sendo enfrentados pelas locadoras cariocas são os mesmos que levaram a Blockbuster a fechar suas lojas nos EUA. Fundada em 1985, a empresa vinha enfrentando problemas financeiros desde o fim da última década, sobretudo pelo sucesso de companhias que oferecem filmes pela internet, como a Netflix. Curiosamente, corre no mercado uma história de que a Blockbuster teve a oportunidade de comprar a Netflix em 2000, mas acabou desistindo da transação por não considerá-la essencial para seus negócios.


A decadência da Blockbuster se acentuou em 2010, quando a rede de locadoras entrou com pedido de falência, o que acarretou, no ano seguinte, a sua venda para a Dish Network, uma companhia americana de TV por satélite. Na ocasião, a Blockbuster já tinha um número reduzido de 1.700 lojas nos EUA, que foram sendo fechadas ao longo dos meses seguintes, até o anúncio de dez dias atrás. Hoje, suas unidades já estão vendendo o acervo de DVDs e Blu-Rays para os clientes. Por coincidência, o último filme alugado numa Blockbuster americana foi “É o fim”, de Seth Rogen e Evan Goldberg. Já a partir do ano que vem, a Blockbuster vai existir nos EUA apenas como um serviço de filmes sob demanda na internet — por enquanto, vão restar também 50 lojas de franquia, não controladas pela matriz. Não se sabe ainda o que vai acontecer com as Blockbusters de outros países. No Brasil, por exemplo, suas filiais são controladas desde 2007 pelo grupo Lojas Americanas, que uniu as locadoras a suas unidades de varejo. Procurada, a empresa não deu informações sobre o destino da Blockbuster brasileira. ( Com informações do O Globo)... E será que existe algum fator que leve a culpa pelo fim do império das locadoras de filmes? Sim, existe e não apenas um só. A popularização da internet e a sua facilidade com que as pessoas possam comprar,assistir ou fazer dawlouds legais ou ilegais talvez seja o principal divisor de águas para levar o fim das locadoras, além claro, da pirataria que cada vez mais rápido, graças também a internet, tem obtido filmes com preços de vendas que derrubam qualquer locadora. 

 
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