A Guiné, país da costa atlântica da África, vivenciou um dia histórico neste domingo, ao votar para presidente pela primeira desde sua independência em 1958. As seções eleitorais foram fechadas às 18h locais (15h de Brasília). Dos 10 milhões de habitantes a ex-colônia francesa, apenas 4,2 milhões foram convocados para votar; eles só devem saber do resultado da apuração na quarta-feira. “Em 50 anos é a primeira vez que a Guiné tem eleições livres e transparentes”, lembrou o general Sekuba Konate, que preside a Guiné desde a transição, iniciada em dezembro. Ele se disse “orgulhoso” por ter cumprido sua “palavra”. Em 15 de janeiro, prometeu realizar eleições presidenciais e pediu “unidade e solidariedade”. O pleito não contou com a candidatura de nenhum militar. Desde sua independência, o país passou por 26 anos de mandados do ditador Ahmed Seku Ture. Neste período, pelo menos 50 mil pessoas morreram ou desapareceram, de acordo a Anistia Internacional. Com sua sucessão no poder por Lansana Conte, a situação não melhorou. Ele permaneceu 24 anos à frente de um regime militar. Com a morte de Lansana em 2008, Musa Dadis Camara tomou o governo. Em setembro de 2009, 156 foram mortos pelos militares num confronto que feriu Camara. Com sua destituição, o general Konate, então ministro da Defesa, assumiu com a proposta de fazer a passagem para a democracia. Nesta eleição, os guineanos tiveram que optar entre 24 candidatos, mas três deles despontavam como os favoritos na corrida presidencial. São eles os ex-primeiros-ministros Celu Dalein Diallo e Sidya Ture, além de Alpha Conde, opositor dos regimes ditatoriais implantados desde 1958.
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