Blog parado por tempo indeterminado

Portugal confirmado como zona de trânsito da cocaína

22 dezembro 2009

As mortes por consumo de drogas em Portugal aumentaram em 2008, ano em que se confirmou a tendência de o país funcionar como zona de trânsito do narcotráfico internacional, particularmente no caso da cocaína, revela um relatório do Instituto da Droga e Toxicodependência. O Relatório Anual sobre a Situação do País em matéria de Drogas e Toxicodependências 2008 será apresentado hoje à Comissão Parlamentar de Saúde na Assembleia da República (AR) pelo presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), João Goulão. O estudo indica a cannabis como a substância ilícita com as mais elevadas taxas de prevalência de consumo em Portugal, seguida da cocaína e do ecstasy. Quanto à heroína, "apesar de o consumo nos últimos anos ter vindo a perder visibilidade", continua a ser "a principal droga envolvida nos consumos problemáticos e a ter um consumo relevante entre a população reclusa nacional". A comparação entre os estudos nacionais de 2001 e 2007 aponta igualmente para um aumento moderado do consumo (apenas em alguns indicadores) a nível da população portuguesa (15-64 anos) e para uma diminuição a nível das populações escolares e da população reclusa. Em 2008, aumentou também o número de pessoas que recorreram às estruturas de tratamento" da toxicodependência, provavelmente "devido a uma maior e melhor articulação com as respostas no terreno", menciona uma síntese do relatório. "A heroína continua a ser a substância mais referida como droga principal dos utentes em tratamento", apesar de "nos últimos anos" haver também "uma maior visibilidade" da cocaína, cannabis e álcool. Por outro lado, "foi reforçada uma vez mais a tendência de diminuição das práticas de consumo endovenoso e da partilha de material de consumo entre os utentes que recorreram ao tratamento da toxicodependência, práticas estas intimamente associadas à transmissão de doenças infecciosas". Dentro do grupo de pessoas que procuraram tratamento em 2008, manteve-se a mesma taxa de prevalência de doenças infecciosas dos últimos anos, verificando-se uma tendência para a diminuição dos infectados com VIH e hepatite C. Em 2008 registaram-se 16 mortes causadas por dependência de drogas (de acordo com o critério da Lista Sucinta Europeia), e 20 casos de mortes relacionadas com o consumo de drogas (de acordo com o critério do OEDT). Segundo o relatório, apesar de os números continuarem baixos, verifica-se desde 2006 um aumento do número destas mortes, contrariamente à tendência de decréscimo constatada nos anos anteriores. Quanto aos resultados toxicológicos (substâncias ilícitas) positivos encontrados nos exames post-morten efectuados no Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) em 2008 foram registados 338 casos, o valor mais elevado desde 2000. No âmbito das contra-ordenações por consumo de drogas, o número de processos abertos em 2008 desceu ligeiramente em relação a 2007, ano em que se registou o valor mais elevado de sempre. Quanto aos indicadores indirectos relativos aos mercados, em 2008 foi uma vez mais confirmada a tendência detectada nos últimos anos do predomínio da cannabis, a substância que registou o maior número de apreensões, de presumíveis infractores e de condenados na posse de drogas, representando as quantidades apreendidas de haxixe o valor mais elevado da última década. "Confirma-se igualmente uma maior visibilidade da cocaína nestes contextos - pelo quarto ano consecutivo o número de apreensões de cocaína foi superior ao de heroína, registando este ano o valor mais elevado desde 2000 e, uma vez mais, o número de presumíveis infractores e o de condenados na posse de cocaína foram superiores aos que detinham heroína", conclui o estudo. O relatório refere ainda que em 2008 voltou a ficar realçada a vulnerabilidade da posição geográfica de Portugal no contexto do tráfico transcontinental.(Fonte: Diario de Noticias)

 
Connect Brazil © 2009-2014. Tamplate 2014 personalizado por Joilson Aguiar | Home | Contato | Twitter | Facebook | Feed | Youtube |