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Portugal confirmado como zona de trânsito da cocaína
As mortes por consumo de drogas em Portugal aumentaram em 2008, ano em que se confirmou a tendência de o país funcionar como zona de trânsito do narcotráfico internacional, particularmente no caso da cocaína, revela um relatório do Instituto da Droga e Toxicodependência. O Relatório Anual sobre a Situação do País em matéria de Drogas e Toxicodependências 2008 será apresentado hoje à Comissão Parlamentar de Saúde na Assembleia da República (AR) pelo presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), João Goulão. O estudo indica a cannabis como a substância ilícita com as mais elevadas taxas de prevalência de consumo em Portugal, seguida da cocaína e do ecstasy. Quanto à heroína, "apesar de o consumo nos últimos anos ter vindo a perder visibilidade", continua a ser "a principal droga envolvida nos consumos problemáticos e a ter um consumo relevante entre a população reclusa nacional". A comparação entre os estudos nacionais de 2001 e 2007 aponta igualmente para um aumento moderado do consumo (apenas em alguns indicadores) a nível da população portuguesa (15-64 anos) e para uma diminuição a nível das populações escolares e da população reclusa. Em 2008, aumentou também o número de pessoas que recorreram às estruturas de tratamento" da toxicodependência, provavelmente "devido a uma maior e melhor articulação com as respostas no terreno", menciona uma síntese do relatório. "A heroína continua a ser a substância mais referida como droga principal dos utentes em tratamento", apesar de "nos últimos anos" haver também "uma maior visibilidade" da cocaína, cannabis e álcool. Por outro lado, "foi reforçada uma vez mais a tendência de diminuição das práticas de consumo endovenoso e da partilha de material de consumo entre os utentes que recorreram ao tratamento da toxicodependência, práticas estas intimamente associadas à transmissão de doenças infecciosas". Dentro do grupo de pessoas que procuraram tratamento em 2008, manteve-se a mesma taxa de prevalência de doenças infecciosas dos últimos anos, verificando-se uma tendência para a diminuição dos infectados com VIH e hepatite C. Em 2008 registaram-se 16 mortes causadas por dependência de drogas (de acordo com o critério da Lista Sucinta Europeia), e 20 casos de mortes relacionadas com o consumo de drogas (de acordo com o critério do OEDT). Segundo o relatório, apesar de os números continuarem baixos, verifica-se desde 2006 um aumento do número destas mortes, contrariamente à tendência de decréscimo constatada nos anos anteriores. Quanto aos resultados toxicológicos (substâncias ilícitas) positivos encontrados nos exames post-morten efectuados no Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) em 2008 foram registados 338 casos, o valor mais elevado desde 2000. No âmbito das contra-ordenações por consumo de drogas, o número de processos abertos em 2008 desceu ligeiramente em relação a 2007, ano em que se registou o valor mais elevado de sempre. Quanto aos indicadores indirectos relativos aos mercados, em 2008 foi uma vez mais confirmada a tendência detectada nos últimos anos do predomínio da cannabis, a substância que registou o maior número de apreensões, de presumíveis infractores e de condenados na posse de drogas, representando as quantidades apreendidas de haxixe o valor mais elevado da última década. "Confirma-se igualmente uma maior visibilidade da cocaína nestes contextos - pelo quarto ano consecutivo o número de apreensões de cocaína foi superior ao de heroína, registando este ano o valor mais elevado desde 2000 e, uma vez mais, o número de presumíveis infractores e o de condenados na posse de cocaína foram superiores aos que detinham heroína", conclui o estudo. O relatório refere ainda que em 2008 voltou a ficar realçada a vulnerabilidade da posição geográfica de Portugal no contexto do tráfico transcontinental.(Fonte: Diario de Noticias)
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