Musa do axé, Ivete Sangalo está com a bola toda. Em turnê internacional nos Estados Unidos, a baiana foi tema de artigo do "The New York Times". Assinado por Larry Rohter (ex-correspondente do jornal no Brasil), o texto afirma que, para o bem e para o mal, Ivete representa o atual estado da música popular brasileira. Ao apresentar a cantora ao público americano - inclusive explicando a como se pronunciar seu sobrenome ("San-GAHL-oh") -, o artigo a descreve como alguém extremamente popular no Brasil, inclusive fora dos palcos. Ivete Sangalo costuma figurar nas manchetes de sites e revistas regularmente e aparece regularmente na TV, em comerciais.
Chris McGowan, coautor do livro "The Brazilian Sound" (sobre a história da música popular brasileira), é citado dizendo que Ivete representa o atual momento da música no país, no qual "as pessoas estão consumindo muitas canções otimistas, simples e dançantes, com letras muito básicas".
O "New York Times" lembra também que Ivete já cantou no país. Seu show de 2010 no Madison Square Garden, um dos lugares mais importantes de Nova York, virou até DVD. Apesar das incursões internacionais, Ivete declarou ao jornal que não tem a intenção de ter uma carreira como a da colombiana Shakira, que alterna projetos em espanhol e inglês."É uma carta na manga, deixar meu país e vir aqui por um ano para me dedicar a isso, me aproveitando do que há aqui, que é realmente maravilhoso", disse Ivete ao jornal. "Mas o que eu tenho no Brasil também é maravilhoso, só que diferente. A única coisa que não posso parar de fazer é cantar".
E realmente Ivete é a maior cantora no Brasil e uma artista completa com uma voz maravilhosa que canta em todos os ritmos, desde o romântico até o seu ritmo original e preferido, o axé. Pelo jornal Daily Mail Ivete foi comparada a Tina Turner, pelo sou fôlego e entusiasmo no palco. Tudo bem que a Ivete representa muito bem a música brasileira e sua cultura, mas sobre o atual momento em que vivemos aqui sobre o tema, não dá para comparar. Ivete canta a alegria e a brasilidade e o romantismo, enquanto que a febre de sertanejos universitários no país canta sobre carros, baladas e sexo com letras para lá de ridículas, onde o rock bom desapareceu, além dos pagodes degradantes e dos arrochas vulgares. E com tudo isso, o Brasil ainda tem músicas ótimas, e artistas maravilhosos como a Ivete.
