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Dilma decide com Lula não mexer na gestão

26 julho 2013

A presidente Dilma Rousseff não cortará nenhum dos 39 ministérios nem pretende mexer no primeiro escalão agora. Em conversa de três horas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira (24), Dilma mostrou preocupação com a queda de popularidade do governo, observada após os protestos de junho, mas disse que não vai ceder, nesse momento, a pressões por mudanças na equipe. A portas fechadas houve muita reclamação sobre o comportamento do aliado PMDB e também do PT. Não foi só: Dilma pediu ajuda a Lula para "enquadrar" o PT, que, no seu diagnóstico, não está colaborando como deveria para defender o governo e o plebiscito da reforma política. Para a presidente, divisões na seara petista e o coro do "Volta Lula" prejudicam a governabilidade. Embora a última pesquisa Ibope, feita por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), tenha sido divulgada nesta quinta (25), Dilma e Lula já sabiam dos números quando se reuniram, em Salvador, para analisar o cenário político. 

Apreensiva, a presidente chegou a perguntar a auxiliares qual seria a repercussão na mídia da má avaliação do governo, em meio à visita do papa Francisco ao Brasil. Apesar das queixas recebidas nos últimos dias sobre problemas na articulação política e na comunicação do governo, Dilma avisou que não fará mudanças sob pressão. Na prática, ela não quer mostrar fragilidade num momento em que a própria base aliada está conflagrada. Lula apoiou a decisão da presidente. Em conversas reservadas, porém, petistas próximos a Lula dizem que Dilma "passou do prazo" para promover uma reforma ministerial. Agora, ela planeja trocas na equipe no fim do ano ou até mesmo no início de 2014, pouco antes do prazo estipulado pela Lei Eleitoral para quem for candidato deixar o Executivo. 

Mas no resumo geral, embora tenha perdido força, Dilma sabe que para tentar se recuperar o caminho é buscar as opiniões do Lula, que de um jeito ou de outro ainda dita algumas regras do governo da Dilma que segue a linha deixada por ele. Fato é que a reforma política chega a um ponto crucial neste momento, graças a pressão da população brasileira, e é neste sentido que o PT de Lula e Dilma tenta agora trazer novamente a maioria para o seu lado ao pedir que a população opine através de um plebiscito, mas sem poder evitar as manobras políticas para continuar beneficiando os políticos deste país.  

 
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