A Spamhaus, organização sem fins lucrativos que combate spams, sofreu diversos ciberataques nesta semana e as agressões abalaram o tráfego na internet em várias partes do mundo. Especialistas em segurança afirmam que este é o maior ataque da história, considerado seis vezes mais agressivo do que os que costumam derrubar sites de bancos.
A Spamhaus alega que a Cyberbunker, hospedeira de sites que está na lista negra do grupo anti-spam, é a responsável pelos ataques. Para ela, as ofensivas ocorreram como retaliação, já que recentemente a ONG bloqueou servidores mantidos pela empresa que abriga páginas na web.
O grupo anti-spam ainda acusa a hospedeira de atacar em parceria com "gangues criminosas" do Leste da Europa e da Rússia.
A Cyberbunker, por sua vez, afirmou que a Spamhaus está abusando do seu poder e não deveria ter autorização para decidir "o que acontece na internet".
A estratégia usada pelos hackers por trás do ataque é a negação de serviço distribuído (DDoS, na sigla em inglês). Normalmente, um ataque DDoS de 50 Gb/s é suficiente para derrubar um site de banco. Segundo a equipe da Spamhaus, a página do grupo sofreu agressões de até 300 Gb/s.
"Nós estamos sob ataque por cerca de uma semana, mas estamos de pé. Nossos engenheiros estão fazendo um imenso trabalho para manter a estrutura funcionando. Esse tipo de ataque provavelmente derrubaria qualquer outra coisa", afirmou Steve Linford, CEO da Spamhaus, à BBC.
O episódio teve impacto em serviços como o Netflix e alguns especialistas temem que as ofensivas possam causar problemas em bancos e serviços de email. Cinco polícias nacionais de combate a crimes cibernéticos estão investigando os ataques.
Não há informações concretas que confirmem se o ataque afetou o Brasil.