O Facebook comemora nesta terça-feira dez anos de vida e chega à maturidade como uma máquina de gerar publicidade, após sobreviver a uma desastrosa entrada na Bolsa de valores e ver seus usuários envelhecerem. "Tem sido uma viagem incrível", declarou recentemente o presidente e criador do Facebook, Mark Zuckerberg.A rede social, que nasceu em janeiro de 2004 em um dormitório da Universidade de Harvard, se transformou em uma empresa mundial que conecta milhões de pessoas e que transformou Zuckerberg em um dos mais jovens bilionários do planeta.
"O Facebook tornou o mundo menor, mais interativo. Une as famílias, os amigos, os vizinhos pelo do mundo. É um verdadeiro fenômeno social", explicou à AFP Trip Chowdhry, analista da Global Equity Research.
"Mais de 20% do tempo que se passa na internet é destinado ao Facebook.
O site realizou com êxito a transição do computador para a plataforma móvel. O que eles conseguiram fazer é assombroso", considerou Lou Kerner, fundador da empresa de investimentos Social Internet Fund. Mas nem tudo foi um mar de rosas para o rei das redes sociais. Em 2012, a entrada do Facebook na bolsa de valores de Nova York resultou num desastre repleto de problemas técnicos e com uma brusca queda das ações, que perderam metade de seu valor em três meses.
A empresa, porém, se reergueu e as ações, hoje, chegam a níveis recordes. "É a maior história de crescimento no setor de internet americano", afirmam analistas do CitiBank.
Assim, em poucos trimestres, o Facebook encontrou uma maneira melhor de lucrar com publicidade, de onde tira a maior parte de sua renda (como todo serviço gratuito de internet), focando nas pequenas telas do smartfones.
A receita da empresa acabou explodindo no ano passado, ultrapassando o site de buscas Yahoo! e ocupando o segundo lugar no mercado mundial de publicidade online, com 5,7% do mercado, de acordo com a eMarketer.
Mesmo assim, o Facebook permanece longe do primeiro colocado, o Google (com 32,4% do mercado), mas seu crescimento é três vezes mais rápido e se multiplica com a oferta de novos produtos, como o lançamento das primeiras publicidades em vídeo.
O gigante da internet, porém, também precisa lidar com algumas dificuldades. "O Facebook começou a revolução das redes sociais, mas pode não saber controlá-la", advertiu Trip Chowdhry, referindo-se às polêmicas sobre a proteção de dados pessoais dos usuários ou o caráter intrometido das últimas publicidades, assim como a perda de usuários, muitos deles adolescentes, para plataformas. Um estudo recente da iStrategyLabs estimou que em três anos a quantidade de usuários americanos entre 13 e 17 anos de idade do Facebook diminuiu em 3 milhões (-25%), enquanto os de mais de 55 anos aumentou em 12,5 milhões (+80%).
"As pessoas brincam dizendo que para um adolescente não é legal ser amigo da própria mãe no Facebook, só que agora já não é mais a mãe, é a avó", destacou Lou Kerner.
"Não podemos permanecer na crista da onda para sempre.
Ou você desaparece, ou se transforma num utilitário, e o Facebook fez isso com muito sucesso", elogiou.
Para o analista, "a perda de usuários adolescentes é mais do que compensada pelo acesso e compromisso das pessoas de maior idade".
A empresa de consultoria Trefis considerou em um estudo que o envelhecimento dos usuários de Facebook pode ser algo positivo para a empresa, já que os adultos têm maior poder de compra que os jovens.
"Os anunciantes investem em conteúdo publicitário no Facebook por uma única razão: vender. A maioria das compras online é de usuários de mais de 25 anos", concluiu a empresa. ( Site Info).... E agora quanto ao futuro? Não podemos profetizar até por mais quantos anos o Facebook vai durar e o que ele ainda irá inventar, mas podemos ter por enquanto uma certeza: Perdendo usuários ou não, outra rede social melhor que o Facebook parece estar longe de surgir.