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A indústria fonográfica e a sua Crise.

02 fevereiro 2014


A renomada e conservadora revista inglesa The Economist publicou uma reportagem sobre a indústria fonográfica (em inglês). É um artigo bem legal, analisando o presente e o futuro da indústria em relação à pirataria e à Internet. Eles mencionam fontes como relatórios internos das grandes gravadoras que apontam seu pior problema -- ao contrário do que nos tentam fazer crer -- não é a pirataria. Aponta como o grande problema das 4 grandes gravadoras sua falência criativa e a concorrência de outras formas de entretenimento. Ao investir apenas em sucessos de curto prazo para atender às demandas de Wall Street, a arte é cada vez mais relegada ao segundo plano. Dados como repetidas turnês de sucesso de músicos, ou número de álbuns que um artista edita, atestam a decadência da qualidade de seus produtos. Como o lucro é muito maior no relançamento de um disco de catálogo, as coorporações estão dando um tiro no pé.  E já não é mais novidade para ninguém que as Gravadoras estão lutando a anos para se manterem. E a questão é mais urgente para as quatro grandes empresas que dominam a produção e distribuição de música Universal, Sony / BMG, Warner e EMI .

Até agora, eles têm sido lentos em adotar a internet, que parecia-lhes uma oportunidade, mas não seu inimigo. Ao invés de colocar seu produto em aplicações de compartilhamento de arquivos, eles estão processando usuários free-download para o roubo. Porém o caminho para sairem do sufoco não é este e ao menos a Sony já está enxergando isso. Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente da Sony,Alexandre Schiavo disse que em 2014, a gravadora passará a investir cada vez mais no marketing digital, com destaque para o Spotify, um aplicativo de streaming (pacote de assinaturas) — ainda bastante polêmico no mercado fonográfico — que deve chegar ao Brasil ainda no primeiro semestre. Mas ele confessa: — Você sente que realmente lançou uma coisa boa quando ouve a música tocar na rádio. É o que ainda nos faz ficar arrepiados e ter a certeza de que deu tudo certo. Mas é bom lembrar aqui, quem nem tudo que está tocando nas rádios é é bom, afinal o que mais ouvimos nas rádios ultimamente é a nova MPB brasileira, o sertanejo, que é o que mais toca nas rádios e que praticamente só falam de sexo, bebidas e baladas.

 Lógico que a Pirataria ainda é um forte inimigo a ser combatido, mas essa luta elas já perderam, o principal foco agora é se manterem de pé frente a uma enxurrada de novas tecnologias que fzem com que em um piscar de olhos uma música seja compartilhada para milhões. Lógico que nos dias de hoje, se vende bem menos CDS do que antes, mas mesmo assim eles ainda dão lucro e apesar dos contratempos, as pessoas estão ouvindo a mesma quantidade de música que sempre ouviram. Mais de 100 milhões de iPods foram vendidos desde 2001, e o hábito de ouvir música - seja por meio de CDs, downloads, games, rádios via satélite e tradicionais e streaming - aumentou progressivamente desde 2002. O problema que o setor enfrenta é como transformar esse interesse em dinheiro. "Como é que as produtoras de música abrem falência, enquanto o uso do produto está em franca expansão?" 

A atual crise já é anunciada a anos e nós consumidores estamos vendo e participando de tudo. Acolhemos cantores péssimos, ouvimos músicas ridículas na rádios, milhares compram os DVDS muitas vezes mal gravados e muito nem percebem e tudo isso porque as gravadoras não se importam tanto assim com a qualidade dos cantores e das canções, é tipo assim: È bonito, a música e vendável e tem carisma, então lança no mercado que já mudou totalmente e hoje faz o seu comércio cada vez mais voltado para a internet. A ordem nas gravadoras é cortarem custos, porque os shows e turnês é que estão sendo mais rentáveis talvez. Embora a venda de música digital esteja crescendo, ela ainda não compensa a redução das vendas de discos. Já as vendas digitais (downloads, transmissão para celulares e assinaturas online) cresceram 24% no mundo, atingindo US$ 3,78 bilhões. Os EUA dominam o mercado digital de música, onde as vendas aumentaram 16,5%, chegando a US$ 1,78 bilhão. 

Ou seja, o futuro é o mercado digital e isso ainda está demorando para acontecer no Brasil, onde as gravadoras ainda sobrevivem. A baixa no volume de vendas repercutiu claramente no bolso dos músicos e das gravadoras. Já as gravadoras precisam suprir a falta de grana abocanhando boa parte do fee cobrado pelo artista durante a turnê, ou seja, termina por receber uma porcentagem pelos concertos de seu cast. E asim para muitos músicos está difícl não poder contar com sua gravadora para alguns projetos, e para as gravadoras está ficando sufocante a diminuição das vendas do material físico. Se será o fim das gravadoras e dos CDS, talvez ainda seja cedo para falar mesmo em meio a uma crise já anunciada, mas falando de Brasil, Com esse novo panorama digital o brasileiro tem adquirido singles sem medo – mesmo que muita gente nem saiba o que seja isso. Investir em quantidade de músicas de trabalho talvez volte a ser a solução para o faturamento do setor, embora o que realmente é preciso mudar refere-se à qualidade do que é produzido.

 
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