Toda vez que alguém entra em uma conexão Wi-Fi com um dispositivo Android, o Google armazena a senha daquela rede. E mais: a companhia é capaz de ler e reconhecê-la, como nota o especialista Michael Horowitz, da Computer World.
Quando selecionada a opção de fazer o backup de suas informações na versão 4.2, o sistema especifica: “Fazer backup informações de dados de aplicativos, senhas de Wi-Fi e outras configurações nos servidores do Google”. A empresa, no entanto, não detalha que tipo de conteúdo é armazenado.
Um porta-voz comenta que a ferramenta é opcional e guarda as senhas para que a companhia recupere informações de seus antigos dispositivos. “Isso ajuda você evitar a inconveniência de ter que configurar um novo aparelho do zero.
Em qualquer momento você pode desabilitar este recurso, o que fará que toda sua informação seja apagada”, diz.
Horowitz argumenta que, assim que o usuário faz login no Gmail, a companhia consegue desencriptar a senha do Wi-Fi e associá-la à rede que o indivíduo usa. Micah Lee, da EFF (Eletronic Frountier Foundation), nota que o Google protege suas informações de possíveis invasores, mas não do governo norte-americano. “A questão não é quão fácil é para um hacker conseguir essas informações, mas sim como é fácil para um funcionário autorizado do Google. Isso é uma questão importante porque o Google pode fornecer esses dados ao governo dos EUA”, avalia o especialista. Não é a primeira vez que a questão é levantada. Em julho, a acusação de Micah Lee já havia repercutido na web e levantado a polêmica acerca da possibilidade de o Google repassar senhas à NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA).
Em março, a empresa foi acusada de coletar senhas de internet com os carros do Street View, o que lhe rendeu multa de US$ 7 milhões.