Após novas suspeitas de espionagem norte-americana reveladas em reportagem da TV Globo neste domingo, desta vez como alvo a própria presidente, Dilma Rousseff convocou para a manhã desta segunda-feira (2) uma reunião de emergência no Palácio do Planalto
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) confirmou o encontro durante evento mais cedo no Palácio do Planalto. Disse que havia sido convocado, devido a uma "situação de emergência" e citou o caso de espionagem.
Oficialmente, constam da agenda matutina da presidente o próprio Carvalho e o ministro Paulo Bernardo (Comunicações). Mas os ministros Celso Amorim (Defesa), Helena Chagas (Comunicação Social), José Eduardo Cardozo (Justiça), Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) e José Elito (Gabinete de Segurança Institucional) também estiveram com a presidente em duas reuniões diferentes. As reuniões começaram por volta de 9h45 e terminaram pouco antes de meio-dia.
Ontem, Dilma se reuniu ontem com o ministro José Eduardo Cardozo.
O ministro Paulo Bernardo considerou a espionagem "um absurdo completo". Segundo ele, "não tem nada a ver com segurança nacional [dos EUA]. Isso é arapongagem para obter vantagem nas negociações comerciais e industriais", afirmou. Segundo reportagem do "Fantástico", da Rede Globo, exibida neste domingo, a presidente foi alvo direto da espionagem realizada pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos).
Os documentos secretos que basearam as denúncias foram obtidos pelo jornalista Glenn Greenwald com o ex-técnico da NSA Edward Snowden. Eles faziam parte de uma apresentação interna para funcionários da agência.
De acordo com o programa, foi monitorada a comunicação entre Dilma e seus assessores, assim como dos assessores entre eles e com terceiros. Também Enrique Peña Nieto, atual presidente mexicano (então líder na campanha presidencial), teria sido espionado.
O documento obtido pelo "Fantástico" mostra que a NSA utilizou programas capazes de capturar inclusive o conteúdo de e-mails.
No caso de Dilma, o objetivo da operação seria o de "melhorar a compreensão dos métodos de comunicação e dos interlocutores da presidente e seus principais assessores". Ou seja, o papinho dos americanos de que eles fazem isso para o bem da segurança está cada vez mais distante, afinal, era mesmo só uma desculpa para tentar controlar as coisas e realizar manobras para posarem de bonzinhos e amiguinhos de outros países quando na verdade estão defendendo apenas seus próprios interesses. Além do que, o esquema de espionagem americano que custa bilhões, deve servir mesmo no mínimo para tirarem vantagem e anteciparem suas estratégias de acordo com o que os outros países vão dizer nas reuniões, porque quando o assunto é impedir atos terroristas o programa não se mostra tão eficaz.