O senador Fernando Collor (PTB-AL) comemorou nesta segunda-feira (28) na tribuna do Senado, o resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), em que era acusado de envolvimento em um esquema de desvio de verba pública em contratos de publicidade. "Em verdade, esse novo julgamento, essa nova absolvição possui, em especial, o mérito e a virtude de passar a limpo o País no que tange ao meu período à frente da Presidência da República" destacou. Na última quinta (24) o STF encerrou o último capítulo do escândalo de corrupção que culminou no impeachment de Collor, em 1992. De lá para cá, o hoje senador pelo PTB de Alagoas enfrentou 14 inquéritos, 8 petições criminais e 4 ações penais e foi absolvido em todos os casos. No discurso desta segunda, além de se defender e se dizer injustiçado, o senador atacou o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa.
"O senhor presidente da Suprema Corte do País tem uma carência de liturgia para o exercício do seu cargo", disse. Collor destacou ainda que Barbosa, ao proclamar o resultado do julgamento, o fez de "forma desmerecedora e embaraçosa, deturpando completamente o parecer da ministra relatora e reinterpretando desidiosa e deformadamente os fatos". Na semana passada, ao final da sessão de julgamento, o presidente do STF disse a jornalistas "que cada um tire sua conclusão". "Isso é um retrato de como funciona a Justiça criminal brasileira. Com tropeços, com mil dificuldades.
É isso. Esse caso chegou aqui em 2007, ou seja, passados 15 anos. Vocês tirem as suas conclusões", disse Barbosa, na ocasião. "Sinceramente, não é essa a conduta, a razoabilidade, o estoicismo que se espera de um chefe de poder da República", rebateu hoje Collor... E na verdade, o Collor sendo absorvido reescreve a história do Brasil mesmo, só que só a reescrevendo do mesmo jeito do passado, cheia de impunidade e com políticos corruptos continuando a roubar e nunca sendo presos. Por isso que é difícil mesmo o papel do Joaquim Barbosa ao tentar fazer justiça em um país em que os corruptos sempre levam vantagens e pisam nas fracas leis brasileiras e suas milhões de brechas.