Uma equipe de arqueólogos italianos desenterrou nesta terça-feira (24)
em um convento abandonado de Florença, na Itália, um esqueleto muito bem
conservado que pode ser de La Gioconda, a mulher do sorriso misterioso
que Leonardo Da Vinci imortalizou no célebre quadro da "Mona Lisa".
Até agora foram descobertos vários corpos na busca pelos restos mortais
de Lisa Gherardini, a nobre florentina que pode ter sido o modelo do
retrato que Da Vinci pintou entre 1503 e 1506. Segundo Silvano Vinceti,
diretor da equipe de arqueólogos, este esqueleto em particular é muito
promissor, mas ainda será preciso fazer testes pra comprovar sua
identidade. Os arqueólogos começaram a cavar no ano passado, quando novos
documentos confirmaram que Gherardini, a esposa de um rico negociante de
seda florentino chamado Francesco del Giocondo, viveu no convento
depois da morte de seu marido, onde suas duas filhas freiras cuidaram
dele e onde, em seguida, ela foi enterrada.
Acredita-se que Del Giocondo encomendou o retrato a Da Vinci e, apesar
de não existirem provas tangíveis, a maioria dos historiadores está de
acordo que Lisa Gherardini serviu de modelo para o retrato que hoje pode
ser admirado no Louvre de Paris. Os pesquisadores submeterão agora os restos do esqueleto conservado a
uma série de testes para confirmar se pertencem a Gherardini, na
esperança de reconstruir seu rosto e compará-lo com os traços faciais da
pintura de Da Vinci. "Os testes com carbono-14 nos permitem datar o período para saber se os
restos são de meados do século XVI. Depois faremos testes para conhecer
a idade da pessoa quando morreu. Sabemos que Gherardini tinha 62 ou 63
anos quando morreu", afirmou Vinceti. "Depois vem o teste mais importante, o do DNA, porque temos os restos
mortais de suas filhas. Se corresponderem, saberemos que são os restos
da modelo que inspirou a Mona Lisa", acrescentou o arqueólogo, que
também preside o Comitê Nacional Italiano para o Legado Cultural. Se for confirmada a identidade do esqueleto, os investigadores iniciarão um processo de dois meses para reconstruir o rosto. ( G1)