O "abuso de poder" por parte do governo venezuelano cresceu nos últimos quatro anos sob o governo do presidente Hugo Chávez. A conclusão é da ONG Human Rights Watch (HRW), que nesta terça-feira divulgou um relatório específico sobre a Venezuela. A entidade cita leis que limitam a liberdade de expressão e a remoção de salvaguardas institucionais, permitindo ao governo censurar e intimidar críticos. Em 2008 a Venezuela expulsou representantes da ONG, acusando-os de interferência em assuntos internos do país. À época, a entidade disse acreditar que o governo de Chávez "desperdiçou uma oportunidade histórica de apoiar as instituições democráticas do país e fortalecer a proteção dos direitos humanos na Venezuela".
No relatório publicado nesta terça-feira, que examinou as atuações do judiciário, da imprensa e a defesa de direitos humanos, a HRW diz que a situação só piorou no país.
"A acumulação de poder pelo Executivo, a remoção de salvaguardas institucionais e a erosão de garantias de direitos deram ao governo de Chávez carta branca para intimidar, censurar e perseguir venezuelanos que criticam o presidente ou sua agenda política", diz o documento. A HRW cita o caso da juíza Maria Lourdes Afiuni como o mais preocupante. Em 2009 ela ordenou a libertação de um empresário – e crítico do governo – preso havia três anos sem julgamento, acusado de crimes pecuniários. (BBC). E não precisa ser nenhuma ONG para perceber que o abuso de poder cresceu na Venezuela, pois praticamente o lema do Chávez é: manda quem pode, obedece quem não quiser ser punido.