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Novo enem: como afetará a avaliação dos estudantes
O modelo das provas dos vestibulares como nós conhecemos hoje, está praticamente com os dias contados. Se tudo ocorrer como o esperado, os vestibulares das Universidades Federais de todo o país serão totalmente (ou parcialmente) substituidos pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - como foi proposto pelo MEC aos reitores das universidades - ainda no final deste ano.
Mas, se tudo der certo mesmo, e o vestibular for realmente subistituido pelo Enem, quais serão as principais mudanças no formato da prova? E nos critérios usados pelas universidades para selecionar os candidatos? E, principalmente, como o fim do vestibular irá afetar a forma como os estudantes são avaliados ao sair do ensino médio?
Mudança no formato da prova
Bem antes dessa proposta de substituição dos vestibulares, o Enem já vinha sendo utilizado como processo de seleção por mais de 500 instituições de ensino superior. Vários estudantes de baixa renda que nunca teriam chances de arcar com os gastos sequer de uma instituição pública, conseguiram bolsas integrais de estudo em universidades privadas, graças a muita dedicação e uma boa pontuação na prova do Enem.
E agora que o Enem já está prestes a subistituir de vez os vestibulares em algumas universidades federais, quais serão as principais mudanças que afetarão o formato da prova?
Muitos reclamam, e com razão, que o modelo atual das provas do vestibular de várias universidades, não conseguem avaliar com eficiência o que o estudante aprendeu ou deixou de aprender durante a passagem pelo ensino médio. São provas muito mais voltadas para a capacidade de decorar informações, e não para avaliar o nível de conhecimento ou a capacidade de análise, raciocínio, e construção de pensamentos dos estudantes avaliados. E é bem nessa questão que o Enem pretende atuar com mais intensidade.
Se você fez a prova do Enem do ano passado e se queixou de dores por todo o corpo após ficar 5 horas sentado, e que quase ficou cego de tanto ler (porque leu muito mais naquele dia, do que em toda sua vida), eu tenho duas notícias; uma boa e outra má. A boa, é que a prova será aplicada em dois dias. Menos cansativo, certo? Nem tanto. A má notícia, é que ela terá 200 questões em vez das 63 das edições passadas, e será dividida em quatro grupos: linguagem, matemática, ciências humanas e ciências da natureza. A idéia principal é combinar a abrangência de conteúdos do vestibular, com o formato de questões do Enem, que privilegia a capacidade de análise.
Abrangência Nacional
Sabe aquele velho problema que se repete todos os anos, de um estudante ter que se locomover para um outro estado para fazer a prova de vestibular de uma determinada universidade? Pois é, daí vem outro aspecto positivo dessa proposta do MEC: o vestibular (prova do Enem), passará a ser unificado, terá abrangência nacional, o que significa que os estudantes não vão ter mais a necessidade de se deslocar até a cidade onde fica a universidade. Isso facilitará muito a vida dos estudantes que quiserem tentar em várias instituições ao mesmo tempo. Outro ponto é que, sendo unificado, as provas serão realizadas em todo país e na mesma data.
Quanto aos critérios usados para o processo seletivo, o Enem usará no novo vestibular, o mesmo critério usado no Prouni: os estudantes poderão se inscrever em até 5 cursos em até 5 instituições (usando a pontuação obitida na prova como referência para as escolhas), oferecendo mais mobilidade e acesso às universidades de todo país.
Adesão das universidades
Mas, apesar de toda essa euforia inicial, a realidade é que ainda há várias universidades que não estão dispostas a trocar seus vestibulares pela prova do Enem, e o MEC, sem o apoio delas, não conseguirá implantar a proposta. Sendo assim, o Ministro da Educação Fernando Haddad, juntamente com os reitores das universidades, elaboraram 4 formas possíveis de adesão ao novo Enem:
1° ) A universidade usará o enem como fase única, subistituindo totalmente o vestibular.
2° ) A universidade usará o enem apenas como primeira fase, usando o vestibular como critério para segunda fase.
3° ) A universidade usará o enem como fase única para as vagas que não forem preenchidas após realização do vestibular.
4° ) A universidade combinará o enem com o vestibular.
No final das contas, todo esse respeito a autonomia das universidades, acaba por frustrar um pouco a possibilidade do Enem substituir totalmente o atual processo seletivo do vestibular. Mas com certeza, já é um grande avanço na tentativa de melhorar a avaliação dos estudantes e, se tudo der certo, futuramente reestrututrar o currículo do ensino médio, como disse o próprio Ministro Fernando Haddad.
Ministro Fernando Haddad, tentando convencer os reitores das universidades a aderir a proposta do MEC de substituir o vestibular pelo Enem.
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