A iminente chuva de ações na Justiça comum de torcedores da Portuguesa contra o rebaixamento do time, decretado nos tribunais esportivos, já ligou o alerta da CBF. E existe um estudo para viabilizar o Brasileirão de 2014 com novo tamanho e formato.
O presidente da CBF, José Maria Marin, conversou nos últimos dias com Marco Polo Del Nero, seu vice, sobre a possibilidade de a edição deste ano contar com 24 clubes, incluindo Lusa, Vasco, Ponte e Náutico, que caíram.
Até a Globo já entrou na conversa e deu seu pitaco: a emissora que paga os direitos de transmissão do Brasileirão quer a volta da fórmula do mata-mata – os índices de audiência do campeonato desde a introdução dos pontos corridos, em 2003, despencam ano após ano.
Em cima disso, a CBF cogita organizar um torneio com dois grupos de 12 times, cada. Eles se enfrentariam em turno e returno, apenas contra adversários de sua chave. Os quatro primeiros colocados de cada grupo passariam às quartas de final, quando começaria o mata-mata.
Existe importante vantagem prática em um eventual Brasileirão desta maneira: ele só teria 28 datas, dez a menos do que o modelo de 2013. E o futebol nacional vive problema sério de calendário, principalmente pela realização da Copa do Mundo, que vai abocanhar quase dois meses do ano.
Política – Por trás de uma eventual virada de mesa, também há um cunho político. Em abril, ocorre a eleição para a presidência da CBF e apenas os presidentes de clubes da Série A têm direito a voto. Com a inclusão de Lusa, Vasco, Ponte e Náutico, Marco Polo, candidato da situação, pode garantir mais quatro votos.
Além dos times, têm direito a voto os presidentes das 27 federações de futebol do país. Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, será o candidato da oposição... E olha que a ideia é boa, pois o Brasileirão seria bem mais emocionante do que com pontos corridos, e isso agradaria a maioria dos clubes, os jogadores que jogaram menos datas e a Tv Globo que teria mais audiência para o seu monopólio futebolístico. Porém, se isso acontecer, e os times que foram rebaixados em 2013 voltarem a disputarem a série A em 2014, repito, vai ser uma vergonha para o futebol brasileiro e um tapetão disfarçado para tribunal nenhum colocar defeito além de ser uma das maiores manobras políticas e porque não cartolísticas do futebol brasileiro. Mas como neste país, tudo cheira corrupção, não iremos espantar se o brasileirão 2014 contar com os rebaixados em 2013.