Uma investigação sobre a violação dos direitos humanos na Síria conduzida pela Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que o presidente Bashar al Assad deu autorização para crimes de guerra e contra a humanidade no seu país.
Em entrevista ao canal britânico BBC, a alta comissária da ONU para os direitos humanos, Navi Pillay, afirmou que existem provas que indicam a responsabilidade do mais alto nível do governo local, incluindo o chefe de Estado, sobre "crimes muito graves, crimes de guerra e contra a humanidade".
Essa é a primeira vez que a organização acusa de modo tão direto o presidente Assad. Anteriormente, a investigação já tinha produzido evidências de abusos também por parte dos rebeldes. Segundo a Agência Brasil, a comissão de inquérito foi estabelecida no dia 22 de agosto de 2011, por uma resolução do Conselho de Direitos Humanos.
O grupo tem como missão investigar quaisquer violações dos direitos humanos desde de março de 2011 e identificar os culpados para garantir a realização de um julgamento. No último relatório, publicado em 11 de setembro, a comissão acusou o regime de crimes contra a humanidade e crimes de guerra, sem se referir, no entanto, a qualquer pessoa, tampouco ao presidente Bashar Al Assad. Navi Pillay explicou que pretender fazer um inquérito judicial nacional ou internacional que permita julgar responsáveis pelos crimes. A guerra na Síria causou mais de 125 mil mortes desde março de 2011, de acordo com o último balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.