A ABTA (Associação Brasileira de TVs por Assinatura) divulgou que ao menos 10% dos assinantes de TV paga fazem pirataria. São 17 milhões de assinantes da TV por assinatura no país. Desse número, 10% usam um aparelho decoder pirata para acessar canais que não fazem parte do pacote com a operadora.
A pirataria acontece, então, com equipamentos instalados na casa dos assinantes, em conexões legalizadas. O decoder é capaz de romper a proteção e o sinal recebido em casa. Isso faz com que o assinante de um plano básico, por exemplo, tenha acesso - sem pagar a mais - a todos os canais da operadora, inclusive os mais fechados, como os pornôs.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Antonio Salles Neto, vice-coordenador de antipirataria da ABTA, afirmou que esse tipo de pirataria causa um prejuízo de R$ 100 milhões nas operadoras. E a velocidade de assinantes que compram o aparelho só cresce.
A compra e a venda de decoder são proibidas no país desde 2012. O aparelho foi importado durante muito tempo como antena parabólica. Mas a ABTA descobriu o desvio de finalidade e fez a proibição. Apesar disso, várias lojas no centro de São Paulo, por exemplo, vendem o equipamento e indicam um técnico para fazer a instalação.
Vale ressaltar que o usuário de decoder ilegal está conectado a uma rede legal. Isso expõe o assinante à Justiça, que corre o risco de ser indiciado por produzir danos a alguém. Portanto, a manobra é considerada um crime no Brasil, só que como não há fiscalização e como ninguém é penalizado por isso, a pirataria vai comendo solta.