Pesquisadores da Universidade de Ciência e Saúde do Oregon, nos EUA, conseguiram criar células-tronco humanas com a mesma técnica que produziu a ovelha clonada Dolly, em 1996. A equipe liderada por Shoukhrat Mitalipov publicou artigo a respeito na revista Cell, nesta quarta-feira (15). Para chegar ao resultado, os pesquisadores transplantaram DNA de células adultas em óvulos não fertilizados cujo material genético foi removido. Aplicação de uma sequência de técnicas, foi verificada a replicação das partículas. O procedimento abre uma nova frente para a medicina com células-tronco, que tem sido prejudicada por desafios técnicos, bem como questões éticas. Até agora, as fontes mais naturais de células-tronco humanas eram embriões humanos, cuja utilização em pesquisa cria dilemas éticos.
Para determinados setores, um óvulo fecundado deve ser tratado como um ser humano e, por isso, não pode ser descartado. A técnica divulgada nesta quarta-feira usa óvulos humanos não fertilizados, e, assim, não se enquadraria nessa discussão. Eliminar a necessidade de embriões humanos pode aumentar as tentativas de utilização de células-tronco e suas descendentes para substituir células danificadas ou destruídas por problemas cardíacos, mal de Parkinson, esclerose múltipla, lesões na medula e outras doenças devastadoras. A técnica, no entanto, também poderia ressuscitar os temores da clonagem reprodutiva, ou produzir cópias genéticas de indivíduos vivos (ou mortos). Mesmo antes de o estudo ser publicado, um grupo britânico chamado Human Genetics Alert protestou contra a pesquisa.
A pesquisa com células-tronco decolou em 1998, quando cientistas
liderados por Jamie Thomson, da norte-americana University of Wisconsin,
anunciaram que conseguiram cultivar células a partir de embriões
humanos de alguns dias obtidos em clínicas de fertilização, chamadas de
blastocistos. Como os blastocistos eram destruídos quando as células-tronco eram
removidas, grupos que acreditam que a vida começa na concepção
promoveram intensos protestos. Em 2001, o presidente norte-americano
George W. Bush proibiu financiamento público federal nos EUA para
pesquisa que criaria mais blastocistos.( Com informações do G1)