O atacante Neymar deu show na Vila Belmiro com dribles, gol de placa e um futebol de craque, que rendeu o apelido de "Mago" da imprensa espanhola, mas não contava com a estrela de Ronaldinho do outro lado do campo. O camisa 10 rubro-negro chamou a responsabilidade para si, ofuscou o rival e brilhou com eficiência e lampejos dos tempos de Barcelona. O Flamengo derrotou o Santos por 5 a 4. A partida começou com um Santos avassalador e com noite inspirada de Neymar, que estava endiabrado no clássico interestadual. No primeiro gol do time alvinegro, logo aos 4min de embate, por exemplo, o atacante fez fila, deu drible da vaca em um adversário e iniciou a jogada que culminou no tento de Borges. Ele ainda causou a ira dos atletas rubro-negros com seu excesso de firulas e jogadas de velocidade. Na etapa inicial, conquistou um pênalti depois de sair fintando seguidos flamenguistas, em arrancada que partiu de seu próprio campo e só parou em falta cometida por Willians. No tempo complementar, Ronaldo Angelim quase causou briga generalizada ao peitar o camisa 11 depois de mais um drible. O atleta também marcou dois golaços, um deles digno de placa na Vila Belmiro. Com duas fintas em dois marcadores na lateral do campo e um drible da vaca desconcertante em cima do mesmo Ronaldo Angelim, segundos antes de uma finalização por cima de Felipe, Neymar só não saiu aplaudido de pé do estádio porque seu oponente era ninguém menos que Ronaldinho.
O gaúcho conseguiu ofuscar os incríveis 19 dribles de Neymar na partida, além da impressionante posse de bola de quase três minutos do santista, com duas jogadas magníficas no final do encontro. A primeira em cobrança de falta rasteira, por baixo da barreira alvinegra, em lance idêntico a um feito em 2006 contra o Werder Bremen, quando era protagonista e reinava no Barcelona. A segunda em finalização perfeita, que decretou a virada histórica.Se Neymar virou "mago", Ronaldinho foi mais decisivo ainda e aprontou das suas na virada flamenguista. Isso, de acordo com o próprio santista, que rendeu-se ao oponente ao término do embate: "é gênio", limitou-se a dizer. De "mago" para "gênio", quem mais ganhou foram os 12.968 presentes na Vila Belmiro, que vivenciaram um futebol genial na mágica noite desta quarta. E aí nó agora nos perguntamos: Porque que os times brasileiros e os jogadores não se preocupam em campo dem jogar bola e não ficar só fazendo faltas e se jogando? O Brasileirão seria muito mais bonito de se ver se fosse sempre assim, como Santos e Flamengo, como Neymar e Ronaldinho, com espetáculo e claro, muitos gols. Só há uma outras pergunta intrigante: Porque que os jogadores da seleção não jogam assim como nos clubes? Ou será que a nossa seleção merece menos futebol? Ou os clubes são mais importantes?
