O Parlamento da Grécia aprovou nesta quarta-feira (7) novas medidas de austeridade apresentadas pelo governo e exigidas pela União Europeia e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para que o país receba um novo pacote de ajuda financeira.
As medidas visam reduzir em € 18,5 bilhões (US$ 23,6 bilhões) até 2016 os gastos orçamentários do país.
O pacote de medidas, que inclui desde demissões de funcionários até cortes nas aposentadorias e nos seguros de saúde, foi aprovado com uma estreita margem de 153 votos a favor, 128 contra e 18 abstenções, em uma votação que requeria maioria absoluta. A maioria dos deputados do partido centro-esquerdista Dimar, membro da coalizão do governo, se absteve, como já havia anunciado. Cinco parlamentares do partido social-democrata Pasok, também membro do governo, também se abstiveram ou votaram contra, em um claro reflexo da divisão que pacote causou, inclusive na base de apoio do governo.
O projeto, com apenas um artigo de quase 500 páginas, inclui o aumento da idade de aposentadoria, que passaria de 65 para 67 anos, e o fim dos pagamentos extras para funcionários públicos.
Também está prevista a redução de benefícios sociais, o controle da gestão de empresas públicas, a organização do sistema de saúde e a flexibilização na legislação trabalhista. Por causa da votação, agentes antidistúrbios e grupos de manifestantes protagonizaram duros confrontos em Atenas. Cerca de 100 mil gregos agitaram bandeiras e cantaram "Lutem! Eles estão bebendo nosso sangue" na praça em frente ao Parlamento grego.
Os choques começaram por volta das 15h (horário de Brasília), quando um grupo de manifestantes lançou bombas e um coquetel incendiário contra os agentes, que responderam com gás lacrimogêneo.Uma nuvem de gás se elevou sobre a praça.
Trabalhadores também iniciaram uma greve geral de 48 horas convocada pelos dois principais sindicatos do país para protestar contra o projeto. Com isso, os serviços públicos foram suspensos e os transportes paralisados. ( Folha SP)
