Sem muito alarde, o Orkut completou, nesta terça-feira, 8 anos de existência. A única menção ao aniversário é a inclusão da imagem acima – um bolo com velhinhas – na página principal do site, acompanhada da seguinte declaração, assinada por Koji Pereira, designer do Google: “Quase uma década depois, ele (o Orkut) continua crescendo e melhorando com a ajuda de todos vocês que compartilham suas novidades e encontram seus amigos e interesses.” A história, contudo, não é bem assim. De fato, não há motivos para comemorar. A rede perdeu a liderança do segmento no Brasil e seu futuro parece incerto: é possível que o Google o mantenha ativo por meses – ou anos –, mas as últimas ações da nave-mãe sugerem que a sobrevida pode ser bem mais curta. Há tempos o Orkut já perdeu apelo mundial: é um terreno virtual habitado quase exclusivamente por brasileiros. Em dezembro, a rede foi ultrapassada pela primeira vez no Brasil, ao registrar 34,4 milhões de visitantes únicos ante 36,1 milhões do rival Facebook, segundo relatório da empresa de medição Comscore.
O Orkut ainda é merecedor de respeito, é claro, já que permanece um dos sites mais visitados no Brasil. Mas a tática do Google aponta para outra direção: migrar essa valiosa fatia de audiência para o Google+, lançado em junho. O primeiro passo foi dado em outubro. A companhia apresentou um recurso para migrar fotos do Orkut para o Google+. A funcionalidade, aliás, reproduz um aplicativo criado há tempos por um brasileiro, que permite a transferência de imagens do Orkut para o Facebook – o que, é claro, desagradou o Google, que bloqueou o serviço. Agora, ele resolveu usar as imagens em benefício próprio. Fica evidente, então, que o Google quer duelar com o Facebook, mas sua arma será o Google+. Ao Orkut, resta morrer de causa natural. Ou melhor, em consequência da falta de interesse de seu proprietário. E como eu sempre digo, se não morrer de vez, o Orkut será apenas lembrado, por ter sido apenas mais uma rede social, que assim como o My Space por exemplo, foi grande um dia, mas que se tornou comum e ultrapassada.