Dentro das boates ou no famoso "esquenta", quando os jovens se preparam para as noitadas, uma mistura faz o maior sucesso: vodca e energético. No entanto, a euforia e a excitação que os drinques oferecem de maneira aparentemente inocente também escondem sérios riscos à saúde, incluindo a morte súbita. É o que explica o cardiologista Ruy de Souza Barbosa Júnior, que desaconselha a combinação entre as bebidas.
"É totalmente contraindicado fazer essa mistura. Os destilados, como vodca e whisky, têm elevado teor alcoólico. Quando se juntam com o energético, que é rico em cafeína e carboidratos, podem irromper em crises de doenças cardíacas que as pessoas muitas vezes nem sabem que têm", explicou.
O motivo dessas crises, segundo o médico, é o aumento no metabolismo - o conjunto de atividades realizadas pelo nosso organismo. Não bastasse a aceleração já natural dos esforços feitos nas casas noturnas, a frequência cardíaca também aumenta com a mistura, assim como a pressão arterial. Os efeitos vão desde tonteiras, até desmaios e perda de consciência.
"Esse aumento da frequência acompanha uma vasoconstrição, que é a diminuição no calibre das artérias, o que acarreta em arritmias cardíacas, que são a maior causa de morte súbita", alertou, acrescentando que os mais velhos também não estão livres de riscos com os drinques.
O médico, que dirige o Hospital Italiano, no Grajaú, relata que é comum ver jovens nas salas de emergência, principalmente nas noites dos fins de semana, com sintomas como dor no peito, angústia e taquicardia - características que podem ser confundias com o infarto. Segundo Ruy, os jovens são vítimas da própria sede de desafiar os limites.
"A vodca e o energético também geram um estresse no sistema nervoso. No primeiro momento, você se sente corajoso, ultrapassa barreiras. Depois, vem a fase da sonolência, a fala começa a ficar embolada", disse, desmentindo que o energético anule os efeitos do álcool, mas que ambos levem para um mesmo caminho. "Ainda que a juventude seja a fase das descobertas, da busca pelo prazer e pelo risco, o jovem tem que pensar no amanhã. Não pode exagerar e se submeter a esses riscos", opinou. Então, fica aí o alerta para os baladeiros de plantão. ( A reportagem é do SRZD)