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Apenas 13% dos municípios do Norte têm esgoto, contra 95% do Sudeste
As disparidades regionais na coleta de esgoto permaneceram inalteradas no Brasil entre 2000 e 2008, afirma o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto 95% dos municípios do Sudeste têm rede de esgoto, no Norte este serviço abrange 13% das cidades, alcançando apenas 3,5% dos domicílios. Os dados são do Atlas do Saneamento 2011, divulgado nesta quarta-feira com base em dados de 2008. Fora o Sudeste, as demais regiões do país têm rede de esgoto em menos de 50% dos municípios (13,2% no Norte; 45,6% no Nordeste; 28,3% no Centro-Oeste e 39,7% no Sul). A principal exceção nesse quadro é o Estado de São Paulo, onde apenas um município, Itapura, não tinha rede de esgoto em 2008. Em agosto do ano passado, o IBGE havia divulgado a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, mostrando que a rede coletora de esgoto está ausente em 44,8% das cidades brasileiras (2.495 municípios). Agora, os dados foram esmiuçados por região, mostrando, segundo o relatório, que as disparidades regionais não mudaram desde a última pesquisa, em 2000. A rede de esgoto no Brasil avançou pouco no período, passando de 52,2% municípios contemplados em 2000 para 55,1% com rede de coleta em 2008.
Segundo Paulo Buss, coordenador de relações internacionais da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), um dos organizadores da conferência, a falta de saneamento está associada a problemas graves como mortalidade infantil e a transmissão de doenças pela água (como hepatite). Ele afirma que a questão não é apenas a existência ou não de esgoto nas casas, mas para onde vão os dejetos depois, e a segurança desses sistemas – nas periferias, por exemplo, ele diz que é comum redes de esgoto e de água chegarem juntas às residências, e rachaduras na tubulação podem levar à contaminação da água pelo esgoto. O Atlas do Saneamento mostrou ainda que 23% dos municípios brasileiros convivem com racionamento de água. Em mais de 500 deles o racionamento é constante e independe da época do ano. A maioria fica no Nordeste, mas a lista inclui ainda destinos turísticos no Rio, como Búzios e Cabo Frio, e Rio Branco, capital do Acre. A pesquisa mostrou ainda que o desperdício de água é comum no país, sobretudo nas cidades médias ou grandes. Em mais da metade dos municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, a perda varia de 20% a 50% no percurso entre a captação e o consumo. Ou seja, precisamos muito ainda de investimentos e de conciência ambiental.
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